Contra a privatização<br>da água no Fundão

«Nada obriga o Fundão a privatizar a água», protestou a direcção regional de Castelo Branco do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local. Comentando a decisão tomada pelo executivo municipal (de maioria PSD e presidido por Manuel Frexes), que dia 13 aprovou a proposta de concurso público internacional, o STAL/CGTP-IN acrescenta que «não seria difícil ao município contar com o apoio dos trabalhadores e das populações para defender a gestão pública da água contra quem quer que fosse, se essa fosse verdadeiramente a sua vontade».
O sindicato respondia assim aos argumentos da Câmara, cujo presidente alegou que esta decisão pretenderia antecipar possíveis movimentos que encostem o Fundão à parede e que, tal como no passado, não tenha poder de negociação. «Presumindo que este argumento se sustenta na perda de competências e de gestão, que representou, de facto, a adesão do município à empresa multimunicipal Águas do Zêzere e Côa, e, mais presentemente, nas pressões exercidas para que o município abdique do abastecimento público de água, a verdade contudo, é que não se vislumbra como é que a decisão de entregar a gestão da água a uma empresa privada por 30 anos pode garantir mais poder de negociação», contesta o STAL.
Na nota que divulgou à imprensa, o sindicato volta a defender que «as experiências de privatização da água, em várias localidades do nosso país, não confirmam as expectativas alimentadas pelos seus promotores», uma vez que tal opção política «não aumentou a eficiência dos serviços» (a qual chega a ser inferior à registada por muitas autarquias e serviços municipalizados), mas «tem sido responsável pelo aumento brutal do preço da água, pela degradação da qualidade, pelo desigual tratamento entre consumidores e zonas de abastecimento, e pela degradação das condições de trabalho».
Condenando aquela decisão, o sindicato marcou ainda presença, no sábado, 22 de Dezembro, à entrada da Assembleia Municipal do Fundão, onde entregou aos deputados um documento apelando a que os serviços de água e saneamento se mantivessem públicos. Com os votos contrários de toda a oposição, foi aprovada a proposta da Câmara sobre o concurso público internacional para concessão da exploração e gestão de água de consumo público («em baixa») e de drenagem de águas residuais do concelho.


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